Dezenas de mulheres de Itapipoca, Tururu e Uruburetama responderam à convite do Sindicato dos Servidores Municipais (Sindsep) e foram às ruas para assinalar o Dia Internacional da Mulher. A marcha saiu da sede do Sindsep e seguiu em caminhada em direção à Praça da Matriz, durante toda a manhã do dia 8 de março.
" Muitas mulheres ao longo da história ficaram famosas pela sua insubmissão. Neste 8 de março, dia em que fomos as ruas em marcha, levantamos a memória destas mulheres e nós, mulheres do presente, nos voltamos mais ainda para a luta, por dias em que conquistemos a equidade de direitos, na vida e no trabalho, em casa e na rua. Viva as mulheres do nosso Brasil! Por mais 8 de março de insubmissão para todas nós!", anunciou a presidenta do Sindicato, Quitéria Freire.
"Vamos fazer uma grande mobilização, como outras companheiras servidoras, sindicalistas, donas de casa, trabalhadoras, todas, que com sua voz constroem no nosso estado e no país um futuro de igualdade para todas nós", conclamou Ninivia, secretária de políticas sociais do Sindsep.
Dia internacional da mulher: oportunidade para denunciar desigualdades
Como denunciado durante a caminhada, a luta feminina ainda é árdua por mais conquistas sociais, políticas e econômicas. Ainda é visível a diferença de salários no mercado de trabalho – mesmo que executando as mesmas funções que os homens. Apesar do direito ao corpo, o aborto não é legalizado.
Outro trágico dado que preocupa a população feminina é a violência contra a mulher. Diariamente, mães, esposas, namoradas são executadas por seus parceiros, sem nenhuma justificativa. Apesar da implantação da Lei Maria da Penha, que pune com mais rigor as agressões contra as mulheres no âmbito doméstico ou familiar, os dados são alarmantes.
Em uma pesquisa realizada pelo Data Popular em parceria com o Instituto Patrícia Galvão, no fim do ano passado, revela que 70% da população considera que a mulher sofre mais agressão em casa que em espaços públicos. 54% conhecem uma mulher que já foi agredida por um parceiro e 56% conhecem um homem que já agrediu uma parceira.
Denunciar ainda é uma dificuldade para muitas. Para 23,3%, vítimas não denunciam os companheiros à polícia por prever que eles não serão punidos. Com isso, as consequências podem ser maiores. 30% dizem acreditar que as leis do país não são capazes de protegê-las da violência doméstica. Do total de entrevistadas, 18,6% afirmaram já ter sido vítimas de violência doméstica.
Uma pesquisa do Ipea ainda revela que no Brasil, entre 2001 a 2011, estima-se que ocorreram mais de 50 mil feminicídios: ou seja, em média, 5.664 mortes de mulheres por causas violentas a cada ano, 472 a cada mês, 15,52 a cada dia, ou uma morte a cada 1h30.
“Trabalhamos na linha de estimular a mobilização da mulher. É preciso denunciar, avaliar, emponderar para que se tenha uma nova consciência, para que se enfrente esse quadro. E isso é papel de toda a sociedade: evoluir rumo a equidade”, completa Quitéria Freire.