O DESAFIO DE SE TER TRABALHO DECENTE
Os graves e
intermináveis problemas de saúde do serviço público no Brasil parecem maiores
em Itapipoca. De fato, temos uma grande demanda por serviço de saúde que não é
atendida pela estrutura do município, em função de uma combinação de vários elementos:
·
falta de médicos;
·
falta de medicamentos;
·
PSF’s sem funcionamento, e por aí vai.
Para o
Sindsep, além do problema no atendimento, há uma questão importante a ser
considerada: a condição de trabalho dos profissionais da área de Saúde.
Quanto a isto,
em março de 2010, encaminhamos uma denúncia para a Promotoria Estadual da Saúde, em
Fortaleza, na qual destacamos quatro categorias de problemas:
- Falta de profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, ...
- Falta de materiais básicos para procedimentos
- Falta de material de limpeza, e
- Precarização das condições de trabalho dos Servidores
As peças da
denúncia foram remetidas de Fortaleza para a 2ª Promotoria de
Justiça de Itapipoca. Em seguida, a 2ª Promotoria questionou à Diretoria do
Sindsep se queríamos manter as denúncias, em cuja resposta dissemos que sim e
mais, queríamos uma apuração.
Nada ainda foi apurado.
Nesta semana,
estivemos mais uma vez em local de trabalho da área de saúde e constatamos, in
loco, a existência de problemas denunciados em 2010 e situação de muitas dificuldades.
·
Inexistência atém mesmo de sabão para os profissionais lavarem as mãos após atendimentos. Isto mesmo, no antigo PSF 24 horas até sabão
falta;
·
Falta de água para beber;
·
Geladeira vazia;
·
Falta de medicamentos básicos (prateleiras vazias);
·
Falta de material para higienização.
Se a parte de recursos é precária, as condições de trabalho dos profissionais dessa unidade de saúde também o são. Basta imaginar o risco decorrente do exercício laboral em um local que falta até o simples sabão. O que ocorre nesta unidade se reproduz em escala pelo município, não sendo fato isolado.
Acrescente a isto, a situação de instabilidade criada para os servidores. Citamos o caso da Auxiliar de Enfermagem
Adriana, que trabalhava no antigo PSF 24horas, mas foi transferida para o PSF
da Ladeira, e, agora resolveram transferi-la novamente para o CEANI, sem nenhuma razão plausível.
Se a situação é
difícil para o cidadão/cidadã que precisa do atendimento médico (e obviamente, o
prefeito, seus secretários, não pegam filas para uma consulta na rede municipal), também é para os
profissionais da área de saúde que se sentem premidos pela falta de condições para
realizar um trabalho melhor.
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